Ambição do Selecionador Nacional no primeiro Campeonato do Mundo Feminino de Futsal
A convocatória da Seleção Nacional para a primeira edição do Campeonato do Mundo Feminino de Futsal, a disputar nas Filipinas, entre 21 de novembro e 7 de dezembro, foi anunciada, esta segunda-feira, na Cidade do Futebol, em Oeiras. Luís Conceição, Selecionador Nacional, assumiu a ambição de Portugal neste torneio que fará história no desporto mundial.
Luís Conceição, Selecionador Nacional, em discurso direto, na conferência de imprensa:
Nervoso miudinho perante torneio histórico: "O nervoso faz parte, sempre. Temos de senti-lo, também, e o facto de ser a primeira edição do Campeonato do Mundo Feminino de Futsal é algo que temos de sentir, verdadeiramente. Ficará para sempre na história do futsal feminino mundial. É um momento que todos esperávamos, a própria Federação Portuguesa de Futebol, as atletas, todo o país do futsal e do futsal feminino, em particular. Aguardava-se muito por este momento e espero que seja gratificante para todos: para as atletas que lá vão estar, que ficarão na história.
Felizmente para nós, o leque de opções para as diversas posições tem sido cada vez mais alargado, nos últimos anos. Esta é uma dor de cabeça positiva, é um desafio para nós, enquanto equipa técnica, irmos acompanhando e depois escolher, neste caso, as 15 que vão estar connosco nesta primeira edição do Campeonato do Mundo Feminino de Futsal."
Mundial representa o culminar de carreira das atletas: "Este Mundial representa um desejo de muita gente. É uma oportunidade um desafio para todas as seleções. Nós, em particular, temos esta possibilidade de mostrar ao mundo a qualidade e os valores do futsal feminino. Todos juntos, temos de aproveitar a oportunidade de mostrar esse valor, dignificar ao máximo o futsal feminino. Só assim conseguimos promover cada vez mais a modalidade. Nós, enquanto Portugal, queremos muito abraçar esta oportunidade, mostrar a nossa qualidade. Somos uma potência na modalidade, nas duas vertentes, e queremos muito mostrar o nosso valor, dentro do que temos conseguido até agora, e ambicionar sempre muito mais.
Favoritismo: "Quando falamos nesta questão dos favoritos, até nós, próprios, técnicos, estamos muito curiosos. Há seleções que estão a surgir e estamos com muita curiosidade para ver o nível de desempenho, para valorizar ainda mais o futsal. É claro que conhecemos muitas das principais seleções, e Portugal tem-nos habituado a essa ambição e a esse compromisso de estar nos grandes palcos. Estamos no lote de mais quatro, cinco seleções que podem ser apontadas como favoritas. O facto de lá estarmos é sinal de que temos qualidade e de termos trabalhado para isso. [...] É aproveitar o momento e fazer o nosso trabalho, acreditar muito e ir passo a passo."
Gestão da ansiedade, nomeadamente, das duas estreantes em fases finais: "É uma Seleção com muitas atletas jovens que já tiveram essas oportunidades de competir nos Jogos Olímpicos da Juventude e nos Campeonatos do Mundo Universitários; elas são o passado recente, habituaram-se a estar juntas, a representar Portugal a este nível, em grandes competições. Embora ainda jovens, têm já muita experiência e isso deixa-nos muito esperançosos e satisfeitos com o que temos vindo a construir. Uma larga maioria delas ainda tem muitos anos pela frente para representar o nosso país. Depois, olhando para esse caso de duas atletas que vão fazer a estreia nestas competições, ambas têm muita experiência; no caso da Kaká, a representar um dos principais clubes portugueses; ainda na época passada foi campeã nacional. A Débora [Lavrador] já é a terceira época que faz em Espanha, a competir nos melhores clubes. Agora, viram o trabalho dos últimos anos, nos clubes, e connosco, em estágios mais recentes coroado com a presença no primeiro Campeonato do Mundo Feminino de Futsal. É, essencialmente, trabalho delas, de todas elas."
Experiência competitiva de Portugal pode ser uma vantagem: "Partimos todos da mesma base, mas, de facto, a UEFA tem feito este trabalho para termos oportunidade de competir em três edições do Campeonato da Europa, em rondas de apuramento, o que ainda não acontece em todas as confederações, e claro que competir a nível internacional, com maior exigência, nos ajuda a crescer, e temos de aproveitar. Claro que as competições a nível de seleções ajudam, mas, ajuda muito, também, o facto de as atletas poderem disputar campeonatos competitivos: o trabalho diário nos clubes é extremamente importante, aproveitando, depois, as competições das seleções.
O futsal feminino sul-americano está bastante enraizado, as principais seleções estão lá. Fala-se muito do Brasil, mas a Argentina e a Colômbia têm excelentes seleções; têm jogadoras muito boas, que competem nos principais campeonatos europeus, e tudo isso vai valorizar esta competição.
Gostávamos que estes passos fossem dados de uma forma mais rápida, não só na nossa confederação, mas que as outras nos fossem acompanhando. Se queremos crescer mais, precisamos que os outros sejam cada vez mais competitivos. Agora, é nossa responsabilidade aproveitar o momento para mostrar qualidade e para que a aposta dessas confederações que não estão, se calhar, ao nível europeu, seja cada vez maior."
Malas prontas para ficar até 8 de dezembro: "É o nosso desejo, temos perfeitas condições para acreditar que podemos lutar pelas medalhas, é esse o nosso objetivo. É essa a nossa ambição. Primeiro, olhamos para a fase de grupos. Passando a fase de grupos, a partir daí, será a eliminar. Um passo de cada vez. Olhando ao nosso passado recente, temos essas condições, a ambição e a responsabilidade de chegarmos às medalhas. É um sonho que levamos."