Representante da ONU salientou a importância do futebol na estratégia global de desenvolvimento sustentável, num painel partilhado com António Saraiva, presidente da Cruz Vermelha Portuguesa
O futebol tem o poder de unir pessoas e inspirar mudanças, ser motor de transformação social, força de solidariedade e inclusão. Os jogos podem ir além dos resultados e o futebol pode ser uma plataforma para um mundo melhor. Consciente dessa influência, a ONU – Organização das Nações Unidas aprovou a Agenda 2030, com 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável assentes nas pessoas, no planeta, na prosperidade e na paz, e lançou um repto ao futebol, aliando-o à promoção deste desígnio, abordado no painel promovido pela Fundação FPF no Portugal Football Summit.
António Ferrari, Responsável de Comunicação das Nações Unidas para Portugal, explicou que “as Nações Unidas percebem o alcance do futebol na comunicação, os seus canais têm um alcance quase imbatível” e que o futebol tem um efeito transformador, agrega, quebra barreiras, é motor de desenvolvimento social e económico.” E, nesse sentido, muito está a ser feito por parte de várias instituições. “O futebol tem feito um esforço para promover a sustentabilidade e mudar mentalidades porque pode veicular mensagens e ajudar a promover os direitos humanos e o desenvolvimento sustentável”, acrescentou.
Desde que foi lançada, a Agenda 2030 mostrou que sustentabilidade não é só clima e ambiente, os seus objetivos estão também muito focados no ser humano. E, segundo António Saraiva, Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, “o mundo do futebol pode aproveitar a sua capacidade de agregação e despertar consciências para vários temas, como a assistência humanitária. A paixão e união que o futebol permite, aliadas a iniciativas no terreno, permitem a mobilização de ações concretas”. De seguida, destacou a campanha da FPF, “Portugal conta connosco”, de apoio aos Bombeiros, como um exemplo a seguir e no quão importante é despertar consciências da população para várias causas. “As desigualdades sociais, a pobreza, têm de ser combatidas. A mobilização e união de vontades que o futebol desperta pode e deve ser aplicada em ações concretas”, afirmou.
Em complemento, António Ferrari salientou que há vários anos que o futebol se tem unido a causas como o combate ao racismo, à xenofobia, ao discurso de ódio e, mais recentemente às causas dos refugiados. “Nunca houve tanta pessoa deslocada no mundo, que saem dos seus países, e o futebol tem sido uma forma de integração e acolhimento. Este é um exemplo de ouro do papel que o futebol pode desempenhar”, referiu, salientando depois o projeto “Football for the goals”, uma iniciativa que conta com mais de 400 instituições desportivas, seis confederações de futebol, muitas federações nacionais, e que prova que há vontade da indústria do futebol de se aliar a causas sociais e de sustentabilidade.