Vasco Botelho da Costa foi o outro orador no painel “o treinador moderno no ecossistema de alto rendimento”
O painel “o treinador moderno no ecossistema de alto rendimento” trouxe ao Portugal Football Summit dois conceituados treinadores portugueses. Lado a lado, estiveram o experiente Paulo Sousa, líder do Shabab Al-Ahli, dos Emirados Árabes Unidos, e o jovem Vasco Botelho da Costa, técnico do Moreirense, uma das grandes sensações desta edição da Liga Portugal Betclic. Paulo Sousa começou por referir que "o treinador precisa de compreender emoções, as pessoas, quem está diretamente relacionado consigo, ou seja, os jogadores, mas também o contexto dos próprios clubes". Na sua opinião, "antigamente, o treinador era muito autoritário, muito ligado ao campo e à planificação da sessão e do microciclo, mas hoje em dia, o staff técnico é uma empresa e os treinador tem de ser o CEO".
Vasco Botelho da Costa começou por destacar a importância de ter começado num contexto de formação. "O meu trajeto é da base até ao topo. Comecei a jogar futebol em Cascais, no Dramático, e aos 17 o coordenador convidou-me para ajudar a treinar os miúdos. Pensava que ia para Engenharia Mecânica e aí apareceu o bichinho... Foram 10 anos de trajeto num clube de realidade distrital, mas a saber que era nisto que queria investir, não deixava de ser hóbi, mas olhei muito para tentar ser profissional no amador. Aos 27, 28 anos, o meu grande amigo Hugo Leal convidou-me para a formação do Estoril e as coisas aconteceram mais rapidamente e com um pouco mais de visibilidade", realçou.
O técnico de 36 anos diz que "tem de haver a humildade de entender que sem as pessoas à nossa volta, não conseguimos e a primeira capacidade do treinador deve ser colocar todas as pessoas da estrutura do clube a remar para o mesmo lado".
Os dois oradores falaram ainda da importância da tecnologia, com Vasco Botelho da Costa a defender que "é preciso olhar para ela como facilitadora, pois há cada vez mais ferramentas de auxílio, mas depois o treinador tem de ter muita segurança em si próprio, pois com tanta informação que lhe chega de tantos departamentos, é muito fácil perder o foco".
De referir que durante este painel, Paulo Sousa comparou Vasco Botelho da Costa a um grande nome do treino mundial. "Tenho acompanhado a sua carreira e comparo-o a Jürgen Klopp, primeiro no seu crescimento no dia a dia e na fase em que está hoje, esperando que um dia possa chegar à dimensão do Jürgen", atirou. "Não era mau...", respondeu o técnico do Moreirense FC.