Roberto Martínez: "Merecemos conquistar o Mundial'2026"

Portugal Football Summit

One-on-one entre o Selecionador Nacional e Pedro Pinto no âmbito do primeiro dia do Portugal Football Summit

Mesmo com o «português fantástico» de Roberto Martínez, a conversa entre o selecionador de Portugal e Pedro Pinto foi em inglês, visto «tratar-se de um evento internacional», explicou o fundador e CEO da Agência Empower Sport que vestiu a pele de entrevistador.

«Quando cheguei a Portugal [em janeiro de 2023], a maior surpresa foi a natureza competitiva da Seleção, a ambição dos mais jovens em desenvolverem-se. A estrutura do futebol português, que não se vê em muitos países, permite que haja espaço para crescer. O jogador português é criativo e mentalmente bem estruturado, há uma mistura entre a criatividade e as características inatas de cada um. Por norma, o jogador português integra-se facilmente em qualquer equipa», começou por abordar o treinador espanhol de 52 anos. «O português, independentemente da atividade, consegue adaptar-se bem a outras realidades», completou.

Salientando que há «várias diferenças» entre treinar um clube ou uma seleção, Roberto Martínez falou do papel que atualmente desempenha: «Nas seleções o aspeto psicológico é essencial, temos pouco tempo para trabalhar os aspetos táticos, ou contrário do que sucede nos clubes.»

E como é trabalhar/lidar com Cristiano Ronaldo? «Trabalhei com muitos génios, mas nunca vi alguém igual a Cristiano. Tem uma fome de vencer incrível. No dia a seguir a uma conquista ele já tem outra em mente. Não consigo explicar. É uma referência para todos nós», admite Roberto Martínez, que abordou, também, a recente conquista da Liga das Nações.

«Queremos ganhar, ser melhores, mas nem sempre conseguimos vencer. Todos temos de dar o nosso máximo para que se consiga ter sucesso. Percebemos que temos qualidade para jogar de olhos nos olhos com qualquer seleção. O momento-chave [da conquista da Liga das Nações] foi quando sofremos o golo da Alemanha [na meia-final, em solo germânico] e sentimos que podíamos e tínhamos qualidade para dar a voltar [Portugal venceu, por 2-1]. Aconteceu o mesmo com a Espanha, na final [triunfos nos penáltis, após empate a dois]. Foi importante os jogadores perceberem que têm qualidade para jogar de igual para igual com os melhores».

E como se consegue uma mentalidade vencedora? «É difícil de explicar. O balneário é muito competitivo e os jogadores sentem que têm de dar o máximo. Temos três excelentes jogadores por posição. Criar um ambiente competitivo retira o melhor que há de cada um», sustenta o selecionador nacional.

Confessando que «não há estilos perfeitos ou vencedores», apenas «estilos genuínos», Martínez salientou a importância do sucesso dos jogadores dos respetivos clubes e para o final deixou claro qual o objetivo para o Mundial-2026: «Ainda não garantimos a qualificação, mas sentimos que todos trabalhamos em prol de um objetivo. Em 1966, fomos terceiros no Mundial, em 2016 fomos campeões da Europa e agora o Mundial é em 2026… Os jogadores não escondem que o objetivo é vencer o Campeonato do Mundo. Todos merecem, o povo português merece.»


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