Declarações do selecionador nacional de Sub-21, após a vitória (0-4) sobre a Geórgia, que valeu a passagem aos quartos de final do Campeonato da Europa
Rui Jorge, selecionador nacional de Sub-21, elogiou a "atitude" da equipa de Portugal que, esta terça-feira, venceu a Geórgia, na terceira e última jornada da fase de grupos do Campeonato da Europa da categoria, a decorrer na Eslováquia, e se qualificou para os quartos de final no primeiro lugar do Grupo C. "O jogo ficou muito condicionado com a expulsão, logo no início. A este nível, quando as equipas se aproximam muito, em termos de valor, é muito complicado ficar em inferioridade numérica, e muito mais perto de 90 minutos", afirmou, na análise da partida: "Ainda assim, eles demonstraram sempre um coração e uma vontade enormes, nunca baixaram os braços, a não ser na fase final. E, para termos a fase final que tivemos, mais descansada, foi preciso, desde o primeiro minuto, fazer uma circulação rápida, obrigá-los a um esforço suplementar. Foi conseguido, em parte, no primeiro tempo. Podíamos, ainda assim, ser mais agressivos e dar alguma largura mais ao jogo, para obrigar a bascular um bocadinho mais, porque nós estávamos confortáveis e eles também, e tínhamos de estar desconfortáveis e pô-los desconfortáveis, também. Porque podemos fazê-lo, podemos fazer com que os nossos jogadores vão ao limite, porque temos jogadores que, quando entram, vão manter a qualidade. Acredito que, quando o fazemos, fica mais fácil para quem chega na segunda parte, com a equipa adversária muito mais desgastada".
Portugal voltou a construir a vantagem com jogadores que saltaram do banco de suplentes, tendência de ilustra a qualidade da equipa, admitiu Rui Jorge, em conferência de imprensa: "É não só a qualidade deles, mantém a atitude. É muito importante, a atitude deles. Não me canso de o referir, a atitude dos jogadores, quando entram, seja por cinco minutos, dez, 45... mesmo os que jogam de início, como o Roger, e que têm saído, sistematicamente, têm feito bem o seu trabalho. Não saem porque estão a fazer mal o seu trabalho; saem porque conseguimos, com a saída deles, continuar o bom trabalho, sem perder qualidade. É importante eles saberem isso, sentirem isso e, quando entram, demonstrá-lo: o Henrique joga dez ou 15 minutos, e vai à procura do golo dele, da profundidade que queremos dar ao nosso jogo. São bons sinais."
A fase de grupos, com um nulo diante da França, que se qualificou também para os quartos de final, no segundo lugar, com os mesmos sete pontos, e vitórias com Polónia (5-0) e Geórgia (0-4), resultou numa aprendizagem que deixa a Seleção Nacional de Sub-21 mais consciente do que tem a fazer na fase a eliminar. "Estar aqui na fase final e competir a este nível, perceber as dificuldades - todas elas diferentes, também - que encontrámos nestes jogos prepara-nos para aquilo que aí vem" permitiu ao coletivo constatar aspetos a melhorar: "Conseguimos equilibrar contra equipas muito fortes, ofensivamente, e ser seguros. Conseguimos ter alguma segurança, e precisamos de mais, quando tivermos de tomar conta do jogo e da bola, e estes jogos, e algumas coisas que não fizemos tão bem servem para percebermos que temos de melhorar. Nesse aspecto, é sempre bom, eles agora vêem o vídeo, vêem onde falharam e tentam melhorar".

Geovany Quenda, eleito melhor em campo, em discurso direto: "É normal acabar cansado, dei o máximo pela equipa e todos ajudaram. Foi um jogo bom, da nossa parte. A expulsão cedo ajudou-nos, estivemos concentrados e depois, na segunda parte, conseguimos matar o jogo. Estamos prontos para enfrentar qualquer equipa, temos uma equipa coesa, com uma união forte. Para mim [o carinho dos adeptos, a partir da bancada], tem de ser um orgulho. Antes do plano individual, vem a equipa e isso mostra o bom trabalho que tenho vindo a fazer, mas, o mais importante é a equipa. [prémios]O mais importante ainda está por vir. Isto ainda é só o começo. Tenho de continuar a ajudar a equipa, no máximo."

Rodrigo Pinheiro, em discurso direto: "Sabíamos que era muito difícil, contra uma equipa aguerrida e que dava tudo, em todos os momentos. Mesmo com menos um, deram tudo e acreditaram. Isso dificultou-nos a vida. Depois, ficaram cansados, abriram espaços e deu para marcar quatro golos. (...) Não pensámos nos golos marcados e sofridos. A equipa está bem defensiva e ofensivamente, todos a trabalhar para o mesmo, e temos de acreditar. (...) Temos de sonhar. Se não formos nós, quem vai sonhar?”

Gustavo Sá, em discurso direto: "Sentimo-nos bem, bastante orgulhosos. O objetivo era passar em primeiro e conseguimos. Também queríamos ter três vitórias; empatámos o primeiro jogo, com a França, e podíamos ter feito mais. Queremos sempre mais e, no fundo, estamos muito contentes e orgulhosos por passar aos quartos e em primeiro."

Diogo Nascimento, em discurso direto: "Sabíamos que, com um jogador expulso, eles iam baixar linhas e tínhamos de ter paciência, fazer uma circulação rápida. Nem sempre foi fácil entrar na linha defensiva, mas, fomos melhorando. (...) Próximo adversário? Temos de fazer o nosso jogo e, como sempre, jogar para ganhar."
