Francisco Neto: «Podíamos e devíamos ter sido melhores»

Futebol Fem. - Seleção A

Selecionador elogia reação mas lamenta a forma com as lusas consentiram os golos

O Selecionador Nacional assumiu a responsabilidade inerente à derrota com o Brasil, sobretudo pelos números agregados aos 5-0 averbados por Portugal, neste reencontro entre lusas e canarinhas. Francisco Neto sublinha que as Navegadoras podiam e deviam ter feito melhor, confessando ainda que não gostou da forma como os golos foram consentidos. 

" Já disse às minhas jogadoras que a forma como sofremos os golos, entristece-me um bocado. O Brasil foi muito melhor que nós, não há dúvida. Mas a forma como sofremos estes golos, entristece-me um bocado. Naturalmente que a responsabilidade é minha. Não fujo disso. Podíamos e devíamos ter sido melhores, hoje. Não fizemos um bom jogo. Sabíamos que ia ser difícil ter bola, mas deveríamos ter tido mais. A nossa capacidade de ter bola sob pressão foi reduzida. Isso obrigou-nos a passar muito tempo a defender. Depois, principalmente na primeira parte, tivemos muita dificuldade em controlar as nossas referências. Isto fez com o Brasil se sentisse muito confiante.", assumiu Francisco Neto.

Apesar da expressividade da derrota, Francisco Neto considera que há ilações positivas a tirar deste embate. "Na segunda parte, controlámos melhor. É continuar a crescer. É contra este tipo de equipas que queremos jogar. Daqui a um ano, tenho a certeza absoluta que vamos estar melhor do que estivemos hoje."

Tatiana Pinto voltou a defrontar o Brasil e continua a ser única internacional portuguesa com um golo apontado às canarinhas. A camisola 11 de Portugal considera que as visitantes fizeram a diferença através da componente física, num jogo em que também beneficiaram do facto de terem marcado logo nos primeiros minutos.

"Ninguém quer entrar a perder. Obviamente que nos condicionou. Foi um jogo muito complicado. Já estava à espera que fosse um jogo muito físico. Pessoalmente, nunca tinha visto uma equipa abordar um jogo desta forma. Estivemos sempre em desvantagem nos duelos físicos, foi extremamente difícil. Acho que as pessoas tiveram essa noção. Somos uma equipa em que nos ajudamos muito umas às outras, a nível coletivo; o Brasil, não. Elas confiam muito nas características individuais para resolverem qualquer tipo de problema. O Brasil resolve tudo a nível individual, através dos duelos físicos. Mesmo quando conseguíamos recuperar a bola, a preocupação delas nem era olhar para a bola; era agarrar, encostar, irritar. Esse tipo de jogo é menos bonito, mas funciona porque acabaram por ganhar o jogo. Foi muito por aí…"

Lançada por Francisco Neto nos instantes finais do desafio, Raquel Ferreira teve a oportunidade de estrear-se pela Seleção Nacional A, facto que proporcionou "um misto de sensações" à camisola 25 de Portugal. 

"É uma sensação mista: estou muito feliz pela minha estreia pois é o sinal de que estou a fazer tudo corretamente e tive a confiança do professor Francisco Neto; mas estou triste pelo resultado. Foi um jogo muito complicado e não conseguimos vencer. Estrear-me contra uma seleção com o poderio do Brasil, é um voto de confiança e um motivo de orgulho. Vou continuar a trabalhar para poder estar presente em mais convocatórias. É uma equipa muito física. Foi evidente a fisicalidade delas, do início ao fim, mas nunca deixámos de lutar."


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