Roberto Rosetti: "A evolução não vai parar e estamos preparados"

Portugal Football Summit

Antigo árbitro italiano e atual diretor de arbitragem da UEFA abordou o Futuro do Jogo no Portugal Football Summit

Melhor árbitro da Série A em quatro anos consecutivos (de 2006 a 2009), Roberto Rosetti, atual diretor de arbitragem da UEFA, abordou, em inglês (o italiano é fluente na língua materna e também no francês), embora com um «bom dia a todos» em português, a (r)evolução no mundo da arbitragem.

«É uma grande honra estar em Portugal. O Pedro [Proença, presidente da FPF] é um colega. Fui árbitro 27 anos em Itália. Foi a maior experiência da minha vida. É uma fantástica escola de vida», admitiu Rosetti, para depois passar ao que lhe trouxe a Portugal.

«Apitamos, na Europa, mais de 25 mil jogos por ano. Uma das palavras mais importantes que utilizamos na UEFA é consistência. Falar um só idioma é fundamental. Temos de apoiar todas as associações nacionais, trabalhamos todos juntos. Há milhares de jogos por época na Europa e precisamos de mais de 310 mil árbitros. Há dois anos tínhamos 256.787 árbitros. Lançámos uma campanha global e agora já passámos os 300 mil», sublinhou.

Com o mundo a evoluir, o VAR já é ferramenta indispensável no desporto-rei: «O VAR é como um carro da Fórmula 1. Se o piloto não for experiente o carro vai contra o muro em dois minutos. É um projeto fantástico, mas tem se ser utilizado com rigor e por pessoas habilitadas para tal. Em média, em cada três jogos há um erro evidente, no qual o VAR pode intervir… Queremos árbitros de topo que tomem decisões, o VAR deve funcionar apenas como um excelente paraquedas.»

Sobre como vê o futuro, Rosetti perspetiva-o risonho: «O mundo está a evoluir, a arbitragem também, claro. Talvez se lembrem das bandeiras eletrónicas. Agora há o sistema de comunicação e já com comunicação para o público, há a tecnologia de linha de baliza, o chip na bola, o fora de jogo automático. A evolução não vai parar e estamos preparados.»

Finalmente, qual a receita para um árbitro de topo: «Tem de estar melhor ou tão preparado como os jogadores, tem de ser honesto, ter personalidade forte, ser corajoso e humilde. Tem de conhecer o futebol e ser inteligente, ter mente aberta e querer aprender todos os dias. Cada árbitro toma 200/250 decisões em cada jogo. E 97,49 por cento das decisões são corretas! Nada mau, pois não?»


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